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"Mahalo Nui Loa Ke Akua Malama Pono" (em profundo agradecimento somos abençoados pelo sagr

canoa sendo levada à água do mar pela primeira vez

Hoje foi um dia de celebração. Ao lado de muitos amigos e companheiros de remada que atravessaram a baía de Guanabara, vindos da Urca, de Charitas e Icaraí, apresentamos à Ilha do Governador a canoa havaiana, essa atividade maravilhosa que conecta pessoas, cria amizades, multiplica sorrisos...


O wa'a, como é chamado na língua havaiana, é praticado como atividade física, esportiva, recreativa e competitiva em diversas partes do mundo, e aqui no Brasil não é diferente. O número de remadores tem crescido e uma das principais razões é o fato de ser uma atividade inclusiva, que agrega pessoas de todas as idades e perfis. O Rio de Janeiro é um dos principais polos de canoa havaiana, com núcleos, bases e clubes em diversas localidades. Agora a Ilha do Governador está representada nesse universo.


O batismo de uma canoa não é um acontecimento propriamente religioso. O nome havaiano para a cerimônia de batismo é Lolo 'ana I Ka Wa'a, uma frase que pode ser traduzida como "dar cérebro a uma canoa". Para nós, remadores de canoa havaiana, manter vivos estes rituais é um sinal de respeito às raízes desta cultura, uma forma de manter presente os costumes milenares.


Abrimos o dia de hoje agradecendo àqueles que têm uma contribuição enorme para que pudéssemos estar juntos, batizando a primeira canoa havaiana da ilha do governador de acordo com as tradições havaianas, apoiando a expansão da atividade e a formação de novos remadores.


Agradecemos ao Carioca Va'a, clube da Urca onde eu, Abaeté Mesquita, e Diego Sobral, responsáveis pelo PILIALOHA, aprendemos a remar com os amigos Depardo, Léo, Cadinho, Edgar e Igor. Hoje foi a inauguração oficial do PILIALOHA WA'A, mas já estamos remando há pouco mais de um mês com a Ho'oponopono, uma canoa que marcou o momento de renascimento do Carioca Va'a e que de certa forma também marca o nascimento do nosso núcleo na Praia da Bica, onde ficou emprestada durante algumas semanas.


Agradecemos aos remadores que formaram as primeiras turmas do PILIALOHA WA'A, com quem tem sido um enorme prazer compartilhar as remadas matinais e o conhecimento sobre o wa'a e a cultura Polinésia. PILIALOHA significa amizade, e escolhemos esse nome porque é em clima de amizade que desejamos que o nosso núcleo cresça e se consolide na ilha.


Temos a agradecer duas pessoas em especial. A primeira delas é o Marcelo Depardo. Sem ele, provavelmente a história do wa'a no Rio de Janeiro e no Brasil não teria sido escrita da mesma forma. Marcelo foi pioneiro na fabricação de canoas, construiu dezenas de canoas OC6 e algumas das primeiras canoas individuais, isso tudo há mais de 15 anos, canoas que estão espalhadas em diversos lugares, até em Caraiva na Bahia tem canoa fabricada por ele e ainda hoje são canoas reconhecidas entre as melhores já fabricadas no Brasil. O Niteroi wa'a foi o primeiro núcleo de canoa havaiana de Niterói, iniciado pelo Depardo e, de certa forma, é a origem de todos os núcleos que lá existem hoje, pois boa parte da galera aprendeu a remar com ele.


"- Certa vez, em uma etapa do Campeonato Estadual de Canoas Havaianas na Praia da Urca, o Bruninho, do clube HoaAloha, reuniu seus remadores para apresentar o Marcelo e disse ao pessoal: "tudo o que vocês aprendem de mim hoje, na verdade, vocês estão aprendendo dele, porque é dele que eu recebi todo o conhecimento que hoje eu passo a vocês e é por causa dele que o HoaAloha hoje existe como clube". Hoje nós podemos dizer o mesmo sobre o PILIALOHA WA'A, e agradecer ao Marcelo Depardo pela amizade e por tudo que realizamos juntos ao longo desses anos.


A frase do Bruninho nunca me saiu da cabeça, porque me remete a um dos fundamentos mais básicos da cultura havaiana, que é a tradição oral, a transferência do conhecimento dos mais antigos para os mais novos, o desejo de passar adiante e perpetuar os saberes milenares.


A partir do conhecimento que recebi do Depardo, e que procurei passar adiante sempre com muita humildade e doação, minha vontade de aprender cada vez mais sobre a cultura havaiana em algum momento cruzou com uma pessoa especial e inspiradora que é a Luiza Perin. Relatos no blog "vou de canoa", documentário da travessia que ela fez de Niterói a Ilha Grande em uma canoa individual, ações de conscientização ambiental, indicação de livros, filmes, remadas incríveis misturando a galera de vários clubes em uma vibe maneira, quando menos percebi estamos levando juntos um curso teórico que ela deu em Niterói para a galera do Rio. É nítida a generosidade com que Luiza divide com a gente sua experiência no Wa'a e seu conhecimento atualizado sobre a cultura havaiana. Ela estaria com a gente hoje, mas teve um motivo que acabou impedindo de vir, assim mesmo eu faço questão de deixar registrado esse agradecimento. Com ela eu aprendi e compartilho com vocês um provérbio havaiano que diz: "Mahalo Nui Loa Ke AkuaMalama Pono", em profundo agradecimento somos abençoados pelo Sagrado. (Abaeté)



"MAHALO NUI LOA" A TODOS VOCÊS!


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