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Ho‘ola‘a wa‘a (Cerimônia de Batismo de uma Canoa Havaiana)



A cultura havaiana é rica em cerimônias e tradições. Muitos dos rituais milenares ainda são respeitados e praticados atualmente. A canoa, chamada de wa'a ou outrigger, teve ao longo do tempo um papel central na cultura havaiana, pois proporcionava acesso a comida, notícias de terras distantes, defesa e recreação. O povo havaiano provavelmente não teria existido ou certamente teria perecido sem as canoas. As técnicas de construção de canoas eram extremamente valorizadas, uma vez que a embarcação deveria levar homens, mulheres e crianças ao mar (ke kai) e trazê-los de voltar para casa em segurança. O wa'a era tão importante para o povo havaiano que cada wa'a era considerada parte da 'ohana (família) era tratada como tal. Tão importante quanto a própria embarcação era o inoa (nome) dado a cada wa'a, um nome escolhido com o mesmo cuidado e relevância como se escolhia o nome de uma criança.


​As evidências históricas nos ensinam que há milhares de anos os ancestrais polinésios eram indiscutivelmente os melhores navegadores do mundo em mar aberto. De fato, na época do nascimento de Cristo, os ancestrais polinésios usando canoas de vela já haviam explorado mais de dez milhões de milhas quadradas da porção sul do maior corpo de água no planeta, na região conhecida hoje como Oceano Pacífico. Nessa época da história, os europeus ainda não tinham dominado as habilidades de navegação para navegarem seus barcos para além mar.


Embora a canoa havaiana já não seja essencial para a sobrevivência de um povo, os muitos valores havaianos, rituais e tradições que a cercam ainda são praticados hoje. Uma dessas tradições é a wa'a ho'omaika'i (bênção da canoa). No passado, a maioria dos nā wa'a kino (cascos de canoa) eram fabricados a partir de uma árvore chamada Koa, sua ama (outrigger) era fabricada a partir do wiliwili-pua e as hastes de madeira (nā 'iako) eram fabricada a partir da hau (hibisco do mar). Estas peças eram amarradas usando aha (cordas feitas de fibra de coco) trançadas em cabo.


O povo havaiano acreditava que tudo tinha mana (um espírito vivo ou super energia natural). Os ancestrais havaianos ensinaram que quando uma árvore de koa caía ou morria, ela tomava vida sob outra forma, carregando consigo o espírito chamado mana de lā'au. Portanto, quando se abençoava uma canoa de madeira, pedia-se perdão à árvore de koa a partir da qual a wa'a foi esculpida. Agradecia-se à floresta de onde a árvore veio, por nos permitir dar uma nova vida a sua filha como uma wa'a. Esta wa'a era um presente de Aku (Deus), então era abençoada. A bênção também destinava-se a comemorar seu nascimento. A partir deste ponto, a canoa passa a ser o sétimo membro da tripulação. Os agradecimentos eram dirigidos a Aku (Deus), nā aumakua (os antepassados), Lono, o semideus da fertilidade que permitiu a árvore crescer, e Kanaloa o semideus de ke kai (o mar) por permitir às pessoas remarem a wa'a em sua superfície.


Hoje, a maioria das wa'a são fabricadas a partir de compostos modernos. No entanto, nós ainda abençoamos as canoas para fazer reverência à tradição e ainda tratá-las como se fossem parte de nossa 'ohana. Há núcleos de wa'a que abençoam seus remos (nā hoe) e canoas (nā wa'a) todos os anos antes da primeira remada. É comum fazer uma bênção muito autêntica e tradicional para qualquer nova wa'a que chega ao grupo.


Fonte: nā koa kai canoe club


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